A OCDE destacou que a atividade econômica brasileira está convergindo para o crescimento potencial, após uma forte expansão no início de 2023. A demanda doméstica e global enfraquecida é apontada como um dos fatores para a desaceleração do crescimento. A instituição também projeta um crescimento de 2,8% para a economia brasileira em 2023, um pouco abaixo dos 3% estimados pelo Ministério da Fazenda.
A desaceleração da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil, é apontada como um fator que pode diminuir o crescimento das exportações do país em 2024. No entanto, a OCDE projeta uma alta de 4% nas vendas do Brasil para o exterior no próximo ano.
Apesar da desaceleração, a queda da inflação abre espaço para novas reduções de juros, o que poderá resultar em aumento de investimentos. A OCDE também elogiou a aprovação do novo arcabouço fiscal no Brasil, indicando que isso traz mais certeza aos agentes econômicos e aumenta a previsibilidade das contas públicas. No entanto, a entidade destacou que o país terá um grande desafio para cumprir as metas fiscais da nova regra, como o déficit primário zero em 2024.
Em relação à dívida pública, a OCDE previu que o endividamento poderá alcançar 90% do PIB em 2047. Para 2024, a instituição projetou que a dívida bruta do governo geral encerrará o ano próxima de 80% do PIB. Caso seja implementado o novo marco fiscal e a reforma tributária, a projeção é de que o superávit primário corresponderá a 1% do PIB a partir de 2026.
Em declarações, representantes do Ministério da Fazenda destacaram a importância da consistência na queda dos juros para determinar o crescimento da economia brasileira em 2024. Também ressaltaram que tanto a OCDE quanto a SPE projetam trajetórias parecidas para o PIB no próximo ano. A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou que o relatório da OCDE não coincide 100% com as avaliações da equipe econômica, e que o governo brasileiro ainda está avaliando o memorando inicial para a adesão do Brasil à organização.
A avaliação do governo inclui análises não apenas técnicas, mas também políticas, e envolve decisões e alinhamentos políticos. O grupo de trabalho do Ministério das Relações Exteriores está apoiando o esforço de avaliação do governo, que vai além das áreas técnicas.